Vou lá visitar pastores é uma «exploração epistolar» sobre as idas e vindas do antropólogo pelo território Kuvale, que se estende para sul passando além do meridiano de Namibe (a antiga Moçâmedes) até às margens do Kunene. O dispositivo adoptado pelo escritor é engenhosamente ficcional: consiste na «transcrição» de uma colecção de cassetes em que o narrador, pressupondo um interlocutor virtual, desenrola o relato das suas anotações de campanha, penetrando mais e mais no território do Outro (os kuvale), para melhor compreender a essência silenciosa da paisagem.
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